Matéria disponibilizada pela Kan Tui ofurôs - Setembro de 2013Para economizar água e evitar incêndios, boa parte dos habitantes do Japão antigo era adepta dos banhos públicos que, no início, eram uma espécie de sauna.
O misogi, ato de purificar o corpo, era indispensável em cerimônias religiosas. Ainda nos dias de hoje, as pessoas têm o costume de enxaguarem a boca e lavarem as mãos antes de fazerem visitas aos santuários xintoístas. A história do efeito benéfico de águas termais e o conceito SPA remontam à Grécia Antiga e à cultura romana. Quando os romanos conquistaram a Europa, trouxeram com eles os conhecimentos dos efeitos positivos das águas termais e procuraram-nas em todo o lado. Cidades com fontes quentes tornaram-se destinos populares. Os designados Dia Spa foram construídos nestas fontes quentes.
O termo SPA teve origem em uma cidade na Bélgica com o mesmo nome. Há muito tempo atrás, vários hotéis daquela região passaram a oferecer, além da hospedagem normal, serviços de tratamento de saúde e controle alimentar. Com a expansão desse tipo de negócio pelo mundo, esses estabelecimentos diferenciados ficaram conhecidos também como SPA.
Os Day Spas vêm se tornando uma mania no Brasil. Dizem que o banho com pétalas de flores são muito procurados para fins terapêuticos e qualquer pessoa se sente leve de corpo e alma depois de um banho destes. Boa parte desses banhos são ministrados em ofurôs. Inicialmente chamados de ishiburo ou iwaburo, os ofurôs eram um tipo rudimentar de sauna. Utilizava-se uma concavidade natural, ou buracos escavados nas montanhas de pedras, onde eram queimadas folhas secas de shida, mais conhecida como samambaia, ou de pinheiro para aquecer o lugar. Depois, as cinzas eram retiradas e colocava-se no local uma esteira sobre a qual jogavam a água do mar para criar vapor. Dizem que esse processo é peculiar no Japão, praticado em regiões litorâneas somente no verão.
Os homens tinham o costume de banharem-se usando fundoshi, faixa utilizada como roupa íntima, e as mulheres, koshimaki, roupas íntimas, compartilhando o mesmo espaço. Mais tarde surgiu o chamado kamaburô, um grande caldeirão onde se queimavam folhas frescas seguindo o mesmo processo do iwaburo. Foi a partir da Era Edo que passou a ser utilizada a atual forma de banho de imersão com água quente em abundância.
O Grande Edo, atual Tóquio, do século XVII era uma grande metrópole com 1 milhão de habitantes. Lá, o banho público era muito utilizado por várias razões: à exceção da classe dos nobres e dos daimiôs (senhores feudais), as demais famílias eram proibidas de ter o banho em suas próprias casas, por medida de controle de água e prevenção de incêndios. O banho público era uma espécie de sauna, mas não conseguia atender um grande número de pessoas simultaneamente. Assim, passou-se a utilizar o nível de 30 cm de água quente para o aquecimento a partir dos pés e, depois, banheiras cheias de água quente. Supõe-se que essa adaptação foi, em parte, influenciada pelo costume de banhar-se nas termas de todas as regiões japonesas.
Hoje, os banhos terapêuticos e de relaxamento já são parte dos serviços oferecidos aos clientes, nos melhores spas e clínicas de estética do Brasil e do mundo.